E tudo aconteceu muito rápido: o carro usou a pista errada e ele, ao tentar manobrar a bicicleta, não conseguiu manter-se sobre ela. O rapaz voou para a lateral da pista. A falta de orientação espacial enquanto rodopiava pelo chão deu lugar a um baque surdo em sua cabeça. Havia colidido com um muro próximo. O pensamento de que estava sem capacete veio e, desmaiou.
Acordou assustado. Custara a dormir pensando na garota e, ao adormecer, teve novamente aquele sonho. Desde que largara tudo em sua vida sonhara repetidas vezes com um acidente de bicicleta. Seria possível que mesmo no meio do deserto aquela cena iria lhe perseguir? Várias vezes havia imaginado qual seria o simbolismo daquele sonho e chegara à conclusão que era a representação de um acidente psíquico. Sim, algo muito grave que acontece com todos os jovens. Um acidente que é a grande colisão do jovem contra o “muro da realidade”. Não dá para desviar, pois é contra a própria vida esse choque. O jovem sem dúvida sai machucado deste acidente e precisa de muitos lhe dando a mão.
Mas, nesse momento o rapaz estava no meio do deserto e as poucas pessoas que o rodeavam talvez não pudessem lhe ajudar. Como sempre, depois desse sonho, seu coração se descompassava e a única coisa que pode lembrar foi o caderno com os códigos. Tateou os objetos ao seu redor alcançando a lanterna. Acendeu-a e pegou o caderno. Logo na primeira página viu a mensagem que lhe custara alguns dias para decifrar:
“Querido sobrinho. O que escrevo a seguir ninguém pode saber. Um senhor você deve procurar. Quando? Assim que o seu coração lhe pedir. Como? Onde? Confio em sua inteligência. Eu te conheci pequenino e logo fomos separados, mas sei que essa busca você pode realizar. Continue a leitura desses códigos e o mistério se revelará!”
E era devido a esse livro que ele ali estava. Realmente não sabia o que lhe aguardava, pois cada página somente podia ser decifrada após um percurso da viagem. O livro dizia exatamente onde estaria a próxima dica e o rapaz adequava o texto cifrado à realidade que o cercava. Com isso tinha informações valiosas que lhe ajudavam a seguir adiante. A idéia era encontrar este tal “senhor”que, segundo o caderno de seu tio, tanto iria lhe ajudar.
O cansaço foi mais forte. Adormeceu com o caderno no colo. A lanterna caiu e providencialmente se desligou ao chocar-se com o chão de terra batida. Economizaria preciosa energia elétrica...
Um comentário:
prof, é vc?! rsrs
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