quarta-feira, 20 de junho de 2007

DOIS


Ele já teve várias certezas: uma delas foi no momento que seguiu na lista nome após nome e rapidamente encontrou o seu: Passei! – o grito foi para dentro, pois ele jamais quis que lhe dessem um trote ou coisa parecida. Ao seu lado via várias pessoas com o cabelo sendo raspado. Ele saiu sem alarde e somente lá fora abriu um grande sorriso e deu um salto.

Estou na Universidade! – pensava com grande alegria. E fazia planos e mais planos. Imaginava-se estudando e aprendendo muito. Sua profissão exigiria um esforço grande e constante no aprendizado e ele estava disposto a isto. Realmente deu os primeiros passos para que estas ações se concretizassem, mas foram somente os primeiros...

Passados alguns meses engrossava a lista daqueles que desistem do curso e que vão se matriculando para manter o vínculo com a tal almejada instituição de ensino. Não ia mais às aulas. Desviava o caminho, se enfiava na biblioteca da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) e ficava lendo. Aprendeu um pouco de filosofia, leu vários clássicos e estudou bastante lógica.

Havia algo de errado consigo – ele pensava. E o estudo da lógica parecia lhe prometer a descoberta do porquê se encontrava assim – perdido – mas com uma vontade imensa de entender quem era e o que poderia fazer. Na verdade, começou pela primeira vez a procurar pelas suas razões e não as de sua mãe, seu pai ou de algumas pessoas importantes em sua vida. Percebeu que quanto mais perguntava quem era ou o que queria, tanto mais lhe chegavam à mente frases dos outros e não suas. Jogou fora essas frases. Mas a partir daí surgiu um grande vazio e isso lhe dava uma sensação horrível.

Mas agora, sentado à mesa e esperando o alimento em meio a um nada de poeira e solidão, ele guardava algo verdadeiro dentro de si: seu coração nunca havia pulsado daquela maneira. A garota mexera com seus sentimentos. Ele não tirava o olho da porta pela qual ela saíra. Não conseguia esquecer os olhares trocados. Ao mesmo tempo, os últimos meses de sua vida iam passando pela sua frente sem freio. Parece que algo ou tudo tinha que ser acertado.

De repente, um barulho de pratos e o ruído da vinda de alguém. Olhou fixamente para a porta. O coração aos saltos. Decepção total: um senhor alto e muito sério lhe trouxe a comida. Onde estava a garota? Este parecia ser seu pai. Tentou conversar com ele, mas somente conseguiu respostas monossilábicas.

Havia largado a sua vida pois sentia extinto o pulsar de seu coração, mas agora, ele batia forte e até o assustava. O rapaz precisava muito vê-la e falar-lhe. Começou a pensar em como conseguiria isso...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ahh..que fofo XD
Tomara que quando eu olhar a lista dos aprovados tambem encontre meu nome nela, hehehe
Eu tava sem internet, pois mudei de casa e por isso fiquei sem passar aqui no blog (quase surtei por ter que ficar uma semana sem entrar na rede!! rsrsrs)

Boas férias professor!!

ps.: por favor nao esqueça d me mandar aquele e-mail, please