sábado, 3 de fevereiro de 2007

As joaninhas e sua relação com as ruas da cidade

Estou curtindo um momento muito significativo em minha vida. Vivenciando um trabalho novo em uma cidade nova e, chego cada vez mais à conclusão que todos nós devemos fazer isso em vários momentos de nossa carreira profissional. Óvio que há perdas, ganhos e uma saudade do que vivemos anteriormente entremeada com a movimentação interior que as coisas novas nos proporcionam.
Hoje precisei me deslocar para um ponto da cidade para mim desconhecido e fiz de uma senhora a minha guia. Eu estava no ponto de ônibus e perguntei a ela sobre o "tal endereço".
- Eu não deveria lhe passar esta informação - disse-me muito educada.
Ao ver minha surpresa, misturada com "cara de porquê" ela explicou-se:
- Na antiga União Soviética as pessoas autorizadas e capacitadas para dar informações eram funcionários do governo e eles faziam isso com profissionalismo.
Quase disse a ela que não se preocupasse, caso não soubesse o endereço, mas fiquei calado escutando.
- Eu me preocupo se darei a você a melhor informação - falou séria.
Tive vontade de dizer a ela que, mesmo errando um pouquinho, sua informação seria bem vinda. Veio-me à mente dizer-lhe que eu era um colecionador de joaninhas e que, caso errasse o caminho, poderia tentar contemplar alguma nos jardins das casas, mas não me atrevi, por a senhora falava sério e estava pensativa.
Agradeci e disse-lhe que tinha um guia na mochila e que iria pesquisá-lo, coisa que não tinha feito por preguiça. Enderecei-lhe um sorriso e continuei caminhando.

Não pude deixar de pensar como será que essa senhora foi criada e que mensagens seus pais lhe passaram. O erro faz parte de nossas vidas. Claro que devemos nos precaver em relação a ele , mas uma vez que ocorra, o melhor a fazer é buscar algo que ele sempre nos traz: aprendizado.
Certa vez um professor disse-nos em aula que errar era uma forma maravilhosa de conhecer-se, uma vez que ele delineava os nossos limites. Algo como: "Até aqui caminhei com segurança, daqui para lá não sei andar direito"...

Atravessei algumas ruas pensando naquela senhora até que, em um jardim muito florido, vislumbrei uma joaninha e, parecendo uma criança, dei uma risada da coincidência, continuando meu caminho...

Um comentário:

Anônimo disse...

Oiiiiiiiiii...
eu fiquei imaginando a sua cara se retorcendo para nao soltar uma dessas...
Eu acho q se fosse comigo eu começava a rir..> Ahahahha...
Enfim...
Espero que vc esteja gostando da nova vida...
mas deixa muita, muita, muita saudades!
VICTOR ROBERTOOOOOOOOOO!
bjao