domingo, 21 de janeiro de 2007

Uma lenda oriental



Omir vivia na época das lendas e onde coisas fantásticas aconteciam. Ele era um pobre vendedor ambulante que queria enriquecer. Seu trabalho era árduo, repetitivo e sonhava sair dessa situação descobrindo um tesouro.
Vamos encontrá-lo certo dia em uma feira. Parou em frente a uma barraca de livros e passeando os olhos por eles deparou com um título simples mas que lhe chamou a atenção: “O tesouro”
- Que livro é esse? – perguntou ansioso para o vendedor.
- O nome já diz tudo! Ele mostra como encontrar um tesouro! – respondeu o vendedor com os olhos brilhantes.
Um momento de hesitação e sem sequer analisar o que lhe foi dito arrematou:
- Vou levar! – disse o rapaz, pagando o preço estipulado.
Voltou para casa apressado. Folheava a introdução do livro enquanto caminhava, devorando o texto. Passado o prólogo ficou decepcionado: o livro iniciava a sua história em um dialeto antigo e desconhecido no reino onde ele morava.

Sem desânimo procurou uma solução. Já no dia seguinte voltava para casa com uma espécie de dicionário que iria ajudá-lo na tarefa de tradução – presente de um grande amigo e sábio da região.
Avidamente entregou-se ao trabalho de entender o livro. Durante meses trabalhava de dia e à noite traduzia incansavelmente o texto, somente parando de madrugada.

Neste ínterim ocorreu um fato novo em seu reino: a visita de mensageiros de um povoado distante que, conforme já havia sido anunciado, vinham para propor um acordo comercial muito lucrativo. Festas foram feitas em homenagem aos elegantes representantes reais. Porém, em meio às apresentações, um grande susto abalou a alegria de quase todos os presentes: os forasteiros falavam um estranho dialeto incompreensível.
Tradutores foram procurados, tentativas vãs de entendimento foram feitas, mas um acordo comercial exigia declarações claras de ambos os lados, o que tornou a sua concretização impossível.

A história correu o reino e o desânimo era geral quando, para surpresa de todos, Omir apresentou-se como intérprete daquele dialeto antigo – era justamente o que ele estudava para traduzir o livro.
O acordo fora firmado. O reino viveria uma prosperidade jamais vista e Omir, dada a sua capacidade, foi instituído tradutor real, deixando seu antigo trabalho e caminhando para um muito mais promissor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei a série de textos sobre o livro Tesouro. Muito legal, nos faz pensar.

Sobre a história dos ladrões de Gnomos tenho um vídeo para te passar. Ele é em inglês, e ainda ão achei uma versão legendada, mas dá para entender direito.
http://www.youtube.com/watch?v=pP3smeHREpA

Adoro o seu blog, os textos são ótimnos de ler.

Beijos