O deslumbramento que uma Universidade causa em um jovem não é muito diferente daquilo que eu ainda sinto. É muito bom viver o clima de uma Universidade! É muito bom estar rodeado de conhecimentos tão diversos e afins. – e tudo isso ao mesmo tempo.
Não demorou para ele me dizer que não sabe o que fazer diante de tantas escolhas disponíveis ao seu redor...
Seu pai, pelo que parece, o está ajudando muito. Mas mesmo assim e ainda assim, o processo é muito difícil.
É difícil, uma vez que quem escolhe a profissão é um adolescente. E esta é a idade de definir-se religiosa e eticamente, além de conceituar-se ideologicamente e, se der tempo, em relação às suas identidades sexual e ocupacional.
Poderíamos perguntar: “Por que o adolescente não consegue escolher?” Mas pressuponho que seja melhor perguntar “Como, vivendo todas estas mudanças e decisões, o adolescente ainda consegue pensar em escolher uma profissão?”
Foi muito interessante quando ele falou-nos – sim, estávamos em quatro pessoas na mesa, eu e mais três alunos – que não sabia o que fazer. Neste momento olhei para os outros e todos mostraram um ar de indecisão, com direito suspiros – não o doce, é claro.
Não sei como terminar este texto, se o que se espera dele é uma ajuda mágica neste processo. Mas, posso finalizá-lo com alguns dizeres que tirei do excelente livro “Orientação Vocacional”, de Rodolfo Bohoslavsky. Segundo o autor, quem está escolhendo algo fica às voltas com os seguintes questionamentos:
“Quem se quer ser e quem não se quer ser”
“Quem se crê que deva ser e quem se crê que não deva ser”
“Quem se pode ser e quem não se pode ser”
“Quem se permite ser e quem não se permite ser”