Naquele instante, a figura de Ana voltou-lhe à mente e a saudade ia começar a se manifestar, mas, na casa, uma porta começou a se abrir.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Nove
Naquele instante, a figura de Ana voltou-lhe à mente e a saudade ia começar a se manifestar, mas, na casa, uma porta começou a se abrir.
sábado, 24 de novembro de 2007
Amanhã é dia de FUVEST
Amanhã é dia de FUVEST. Eu me lembro da primeira vez que prestei...Recém saído do terceiro ano de um curso técnico, sem preparo algum para as disciplinas que não fossem de exatas, mas, cheio de sonhos. Fiquei muito tenso, sentei-me no lugar que mostrava meu nome e fiquei ali, tentando recordar fórmulas e lembrar de algumas aulas...
Até que percebi que haviam colocado algo na minha carteira. Ah! A prova! Comecei a lê-la freneticamente e, cada dúvida que surgia, se fazia acompanhar por um frio no estômago. O meu mundo naquelas quatro horas foi a prova e eu. E como ela me maltratou ... Eu dizia algo e ela ficava muda. Ou então eu achava que várias coisas valiam e ela não permitia que eu pensasse assim. Que conversa difícil! Mesmo assim, eu me esforçava por agradá-la, tentava argumentar e mostrar que eu estava maduro, mas ela me pedia algumas coisas que me deixavam na dúvida...
Será que eu ainda não estava maduro o suficiente para ela? A resposta era não, realmente não estava. Ela convivia todos os anos com muitos outros iguais a mim e sabia como desnudá-los, deixá-los à mercê da sua experiência. Eu era somente mais um.
Seu documento por favor! Assine aqui! – disse a garota sorrindo para mim, ao conferir meus dados.
Ela me olhou nos olhos e desejou-me boa prova sorrindo ainda mais.
Eu não sorri e nem lhe disse nada. Sabem que era ela? A prima de minha namorada! E eu sequer percebi!
Saí da sala no último instante. Se era para lutar, tinha que ser até o fim.
Ela me sorriu de novo! Quanta insistência! Caminhei como um robô em direção à saída. Foi aí que percebi o quanto estava tenso! Havia pedras sobre meus ombros. Eu que sempre fora bom aluno, sentia que havia sido derrotado por uma prova.
Sim, o resultado confirmou minhas suspeitas, quase consegui, mas fiquei no quase...
No ano seguinte fiz o que era necessário: um curso pré-vestibular que me mostrou muita coisa que eu pensava que sequer existia. Nossa quanta novidade!
Foi lá que eu me diverti muito, amei pela primeira vez, comecei a me tornar um jovem rebelde contra o sistema, querendo mudar o mundo e ainda foi lá que escolhi o que gostaria de fazer na vida: queria ser igual aqueles “caras” lá em cima do tablado.
No ano seguinte, entrei na sala da prova sorridente e fazendo graça. Tinha a prova à minha frente e sentia o mundo ao meu redor. Pude sorrir ao fiscal que me pediu o documento – desta vez era um homem, que droga! – e quando terminei, saí relaxado.
O resultado foi positivo – ainda bem que não era um exame médico! E eu pude viver alguns anos muito felizes em uma universidade. Mas esta felicidade, fica para ser contada em uma próxima oportunidade...
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Resposta
Alguém me perguntou algo e eu respondi da seguinte maneira...
Você acertou! Sim, eu tenho a intenção de escrever um livro. Desde pequeno que, eu acordava mais cedo e aproveitava o silêncio do lar de meus pais para escrever. Quando adolescente, aproveitava as noites sem namoro para rabiscar textos. A prolixidade me perseguia. Foi quando abandonei os textos e os troquei por números e mais números... As palavras ecoavam em mim, mas eu não lhes dava ouvidos. Percebi anos mais tarde que havia abandonado também meus sonhos e minha própria vida... Foi quando o "ser" professor começou lentamente a me levar a fazer amizade comigo mesmo e a ter coragem de perguntar o que eu gostaria de viver. Foi quando voltei às letras, sentido que teria que pedir licença para entrar em seu mundo há muito deixado ao abandono. Timidamente então, e com muito respeito, estou retornando, feliz!