"-Por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
-Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.
-Preocupa-me pouco onde ir – disse Alice.
-Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato."
(Lewis Carroll – Alice no País das Maravilhas)
Nas últimas semanas, aconteceu algo que muito preocupante: alunos escolhendo o seu curso para a Universidade.
A ficha de inscrição para a FUVEST foi entregue na última semana e, com ela, um novo rumo para o futuro.
O peso desta decisão é maior em uns, menor em outros.
Já presenciei decisões fáceis que, depois de alguns meses - dentro da Universidade, - se tornaram arrependimento – a minha inclusive. Por outro lado, alguns alunos que se sentiam inseguros quanto à escolha, mostraram-se plenamente satisfeitos com o desenrolar de seu curso de ensino superior.
Nesta mistura de possibilidades, fico imaginando o quanto o “não ter ainda escolhido o caminho” influencia o desenrolar dos estudos. Ora, saber para “onde se vai” nos dá certezas que permitem construir sonhos, promove alegria, gera vontade, nos impulsiona sem que notemos. A incerteza, por sua vez, parece que nos impede construções mais sólidas do pensamento, nos relegando a questionamentos dispersos e, a perda de tempo e o cansaço emocional são as conseqüências imediatas.
E a escolha baseada em motivos que não dizem respeito ao coração? Creio ser esta a que mais nos engana, uma vez que nos dá a falsa impressão de que “tudo está bem, já escolhi o que quero ser na vida”. Porém, algo lá no fundo quer ser ouvido para poder dizer: “Quero outro futuro! Quero ser feliz!”. Fico imaginando de onde um aluno tira forças para a maratona de estudos à qual ele é submetido se não escolheu seu futuro com o coração...