quinta-feira, 3 de maio de 2007

Olha onde eu estava...


Foi difícil sair daí. Esses animais não têm nenhum respeito pelo trânsito.

Juro que tentei sair antes para postar, porém foi impossível.

Dormiu enquanto esperava um post?


Espero que ninguém tenha dormido desta maneira enquanto esperava o próximo post.
Aliás, ele está logo abaixo...

Da série: Sua vida em poucas palavras

Desde pequeno fui um jovem tímido e que procurava satisfazer a sede de conhecimento nos livros. Lia e escrevia bastante. Meu primeiro desejo foi a coleção completa do Monteiro Lobato, mas, na impossibilidade de tê-la, fui emprestando os livros um a um na biblioteca da escola. Nesta época, eu também adorava jogar futebol, porém, como a bola me atrapalhava um pouco, comecei então a me dedicar à bicicleta, esporte pelo qual desenvolvi uma grande paixão.

Descobri que gostava de falar aos outros na quinta-série: fiz um trabalho sobre minhocas e tive que apresentá-lo ao colégio inteiro – achei o máximo poder responder perguntas e participar da curiosidade dos meus colegas, apesar do tema.

Passados vários anos, já no cursinho, tive contato com professores cuja didática maravilhosa me fez definir de uma vez por todas que o que eu mais queria fazer na vida era ser professor.

Pena que esta certeza do coração não pode se manifestar de pronto, uma vez que não se esperava em minha família um filho “se formando para dar aulas”.

Na época do vestibular a promessa de fazer Engenharia parece ter oferecido uma certa trégua aos ideais estabelecidos, porém, a inscrição no curso de Física e o prosseguimento no mesmo mostraram a minha real intenção aos meus familiares.

Nesta época, participei de um grupo de teatro, algumas competições de ciclismo e, sem perceber, dei-me o direito de viver um dilema entre seguir minha vocação ou atender apelos exteriores: parei a faculdade para poder refletir o que eu queria de verdade em minha vida. Passei algum tempo perambulando pelas bibliotecas da USP – a da Filosofia era a minha preferida.

Resolvi trabalhar um tempo e, depois de dois empregos frustrados, voltei aos estudos. Antes de me formar já iniciava a minha vida de professor. Pela primeira vez na vida eu me levantava muito feliz com o que eu ia fazer em meu dia.

Creio que não se pode viver o que não se sente. Não dá para se decidir por alguma atividade somente porque “neste momento esta profissão está em alta”, tudo isso passa, muda. Mas o que não muda é a nossa vocação, aquela vontade interior de interagir com determinada área de conhecimento e que, se vivenciada nos dará muita felicidade. Acredito que é nisso que devemos colocar todos os nossos esforços. Aventurem-se a seguir seus corações!