Em uma festa de aniversário, eu acompanhava o diálogo entre meu filho e sua priminha, ambos com dois anos e meio:
- Eu tenho uma boneca que fala! – disse a priminha.
- E eu tenho o Buzz Lightyear! – retrucou meu filho, para não ficar por baixo.
E a competição continuava...
- Eu tenho um carrinho da Barbie! – ela disse rápida.
- E eu tenho a nave espacial do Buzz que atira em seus inimigos! – disse meu filho, triunfante.
- Eu ganhei um jogo das garotas Super-poderosas! – atacou a priminha.
- E eu, um Laptop com muitos jogos incríveis! – empatou meu filho.
E o rumo da conversa parecia seguir na mesma direção, porém...
- Eu tenho um namorado! – disse a menina.
E o meu filho arrematou:
- Eu também tenho um namorado! – dito com todas as letras.
Neste momento, percebi várias pessoas olhando com um sorriso irônico e meu lado preconceituoso foi mais forte:
- Filho, você tem uma namorada. – disse para colocar “ordem” na conversa.
E ele retrucou muito bravo:
- Pai, é claro que eu tenho um namorado! – me olhando firme.
Algumas explicações foram dadas sem grande sucesso. E tendo eles empatado no item “namorado”, passavam para um próximo, que parecia ser algo sobre investimentos na Bolsa de Valores...