quinta-feira, 29 de março de 2007

Coisas de criança...


Meu filho tinha dois anos e meio. Estávamos brincando no parquinho de nosso prédio. De repente, um menino veio correndo e já subia a escada do escorregador quando o meu filho foi atrás dele chamando:

- Menino! Menino!

Ao ver a cena, percebi que o “menino” trazia nas mãos um brinquedo que o meu filho amava. E ele então tentava desesperadamente chamar a atenção do menino, para que ele lhe emprestasse o brinquedo.

- Menino! Menino! – chamou mais uma vez o meu filho.

Resolvi intervir dizendo:

- Filho, pergunte ao menino qual o nome dele!

O meu filho não demorou:

- Menino! Menino! Qual é o seu nome?

- Murilo! – o garoto respondeu rápido.

Nesse momento o meu filho virou para trás e me olhou com um misto de espanto e alegria dizendo:

- Pai! O nome do menino é Gurilo!!

E voltou-se para o “menino”:

- Gurilo! Gurilo! Posso ver o seu brinquedo?

Eu, é claro morri de rir. E essa história foi postada do além. Entendeu?

Rarará!

A verdade sobre a mão do príncipe William sobre o seio da brasileira...


Muito tem se comentado sobre a mão escorregadia do príncipe e sua estada no seio direito de uma brasileira, mas pouco da verdade tem sido revelada. Uma pesquisa nos levou a revelações fascinantes sobre o tema:

- Em 1234, Lorde Hand, colocando a mão sobre a teta de uma cabra impediu que um importante documento da côrte fosse adulterado. Naquele exato instante falsários iriam borrifar o documento com o leite e foram impedidos. Em seguida, Lorde Hand lutou violentamente com os homens e foi ajudado pelo leite que a cabra deixou escorrer no chão, fazendo com que os meliantes escorregassem;

- Na idade média, dado o número elevado de filhos por família, as mulheres pediam aos filhos que ajudassem a dar de mamar aos seus irmãos. Normalmente este filho segurava o seio da mãe levando-o à boca do bebê. Em termos de evolução social e física esse acontecimento era marcante: o filho que segurou o seio guardava a boa impressão de sua textura e maciez e passaria então a viver buscando instintivamente a repetir o ato. Por outro lado, a imagem de um menino segurando o seio da mãe passava a ser algo natural para o bebê e a busca pela repetição do acontecimento, dentro de seu papel masculino ou feminino, lhe traria de volta toda a sensação de aconchego e proteção tidas na amamentação;

- Diz a lenda que durante batalhas vários mamilos foram preservados graças à intervenção de mãos masculinas em momentos propícios à proteção dos mesmos;

- Antigos livros secretos ainda divulgam que se a mão masculina colocada na forma de “concha” encaixar-se perfeitamente no seio de sua companheira, o casal terá vida longa e feliz. Caso contrário, viverão a miséria até que a fome faça com que o seio diminua e caiba então na mão, quando então serão felizes;

- Uma antiga tábua de cerâmica encontrada recentemente e datada do século III a.C. mostra o desenho de alguém, que parecia ser um cirurgião, segurando o seio de sua paciente, enquanto realizava uma perigosa operação. A paciente sorria e estava aparentemente anestesiada pelo toque.

Como podemos ver, a documentação é vasta e atesta que é extremamente saudável este ato de colocação da mão sobre um seio. A espontaneidade com que o mesmo se dá pode ser explicada via condicionamentos de nosso cérebro e pela reiterada certeza do mesmo ser saudável e necessário à evolução da nossa espécie.

Ao ler esta reportagem a brasileira disse que iria doar o dinheiro recebido pela venda da foto ao “The Sun” para a Instituição Toque Concha (ITC). As pesquisas avançam agora no delinear as regiões do seio e sua interferência até em acontecimentos de ordem global.

Veja o link.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Todos passam por isso...

“Não: não quero nada.

Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!

A única conclusão é morrer.”

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Lisbon Revisited (1923)

É claro que eu lia Fernando Pessoa! O texto acima fez parte da minha vida durante um bom tempo. Os anos iniciais da minha fase adulta foram permeados por estas linhas e suas idéias. Aos 18 anos eu não tinha praticamente nenhum ideal a não ser o ficar lendo e andando de bicicleta. Nesta época participava de um grupo de teatro e isso me dava especial prazer. Não trabalhava. Havia iniciado três cursos diferentes na Universidade e a única disciplina que havia concluído era a de ciclismo.

Na verdade eu freqüentava a Universidade: meu pai me dava carona, eu entrava pela porta da frente do prédio e saia pelos fundos, indo direto para a biblioteca. Eu me deliciava enormemente com esta liberdade, com as idéias adquiridas e por escapar aos padrões convencionais de estudo estabelecidos pela sociedade.

Naquela época tencionava fazer uma grande viagem pelo Brasil, porém algo me dizia que a viagem deveria ser feita dentro de mim mesmo. Tinha amigos? Sim, e alguns permaneciam neste “ócio” da mesma forma que eu. Outros, por sua vez, trabalhavam e estudavam, somente fazendo parte do “meu ócio” nos finais de semana. Em casa eu era extremamente arrogante com meus pais e realmente os tratava como se nada entendessem de mim, não os julgava capazes e nem com o direito de tentar estabelecer a minha vida.

Como conseqüência, eu era escorraçado por eles. Eu que sempre fora um aluno exemplar, era agora um preguiçoso, um desperdiçador de minhas habilidades. Para completar, fui responsabilizado pelo fato de meus irmãos terem problemas na escola, uma vez que eu era o mais velho e deveria dar o exemplo.

É necessário dizer que jamais tive o estereotipo do rapaz agressivo, que participava de arruaças ou coisas parecidas. Pelo contrário, sempre fui cordato, muito educado, além de um tanto quanto tímido no trato pessoal. Meu único problema nessa época era “nada fazer de útil” aos meus pais e à sociedade.

Um outro ponto importante é também ressaltar que eu não havia largado a minha vida para ficar curtindo-a. Nesta época o meu martírio era intenso. Vivia angustiado. Queria fazer algo mas não sabia o quê. Pensava, pensava, pensava e nada descubria! Eu não ficava à toa e feliz. Procurava nos livros o que as pessoas não me davam, mas também nada encontrava...

Às vezes fico imaginando o quanto a vida de uma pessoa muda quando ela passa por um acidente grave que a leve a quase morrer, ou então, que lhe deixe seqüelas, obrigando-a a reestruturar sua vida. Todos que estão à sua volta sensibilizam-se, voltam-se para aquela pessoa, preocupando-se com ela, deixam a sua vida um pouco de lado para se dedicar ao ser humano que se acidentou. São de tal maneira intensos e nutritivos os sentimentos envolvidos, que a maioria dos acidentados chegam até a causar inveja aos que estão sãos, dado o carinho que recebem.

Pois um acidente muito grave acontece com todos os adolescentes e jovens adultos!

O acidente que todo adolescente ou jovem adulto sofre é psíquico e não tem data definida, portanto na maioria esmagadora dos casos passa despercebido!

Os familiares percebem uma pequena mudança ali, um comportamento mais fechado ou mais agressivo aqui e falam: Ah! São os hormônios! Desculpem-me, mas não são somente os hormônios, mas sim uma grande colisão do jovem contra o “muro da realidade” antes não vislumbrado por ele, dada a sua condição anterior de não amadurecimento psíquico. Ele sairá machucado sem dúvida deste acidente e vai precisar de muitos lhe dando a mão.

Acredito que todos os que chegaram até aqui no texto já se machucaram dessa forma e talvez possam ainda se lembrar de quanto doeu e de como é difícil transpor esta fase sozinho. Há ainda quem está juntando os cacos da colisão e por conseqüência vive uma confusão em seu dia a dia. À todos, convido-os a reflexionar sobre estas “coisas” pelas quais o jovem passa e a fazermos esta viagem juntos...

terça-feira, 6 de março de 2007

O outro lado


Eu havia chegado na praça de alimentação de um Shopping. Era hora do almoço e as pessoas aglomeravam-se diante de certos locais que negociavam “carboidratos gordurosos” por alguns reais. Parece que o príncipe Charles não gosta muito desse tipo de alimento, apesar dele ser “real”. Bom, deixa para lá o trocadilho...

O que quero contar é que peguei minha comida chinesa, também gordurosa, sentei-me e, enquanto comia, percebi um rapaz na mesa ao lado rabiscando um papel. Como sempre gostei de ver pessoas fazendo coisas diferentes do que se espera delas em certos locais, pus-me a observar o rapaz, sem que ele percebesse.

Ele parecia escrever em código e o fazia com bastante rapidez. Levantou-se abruptamente e com um gesto rápido, colocou a mochila em seus ombros e ao mesmo tempo enfiou o bilhete dobrado em uma floreira, que ficava pendurada em um dos pilares da praça de alimentação. Devido ao seu gesto rápido e à posição em que se encontrava, só quem estava ao seu lado pode perceber o que ele fez com o bilhete. Saiu muito rapidamente olhando um pouco para os lados.

Claro que aquilo me intrigou e se não fosse o que iria acontecer depois, eu acho que pegaria o bilhete somente por curiosidade.

Ainda não havia terminado a minha refeição quando uma garota sentou-se com a mãe ao meu lado – justamente na mesa que o rapaz havia estado. De mau humor, pediu para que sua mãe fosse comprar sua refeição e esta o fez sem muito reclamar. No momento em que a mãe se afastou um pouco, a garota rapidamente olhou para os lados e, não percebendo ninguém lhe observando, pegou o bilhete que estava pendurado.

Detalhe: ela sabia que ele estava lá, pois somente era possível vê-lo chegando muito perto e olhando por cima da cerca que envolvia as flores.

Enquanto ela lia, seus olhos se umedeceram e as primeiras lágrimas começaram a rolar. Passado algum tempo, soluçava e debruçava na mesa para se esconder dos passantes. Sua mãe percebeu que ela lia algo e voltou depressa, a tempo de impedi-la de ler o outro lado. Agarrou o bilhete da mão da filha, olhou-o rapidamente e enquanto o amassava dizia:

- Outro bilhete em código? Quando isso vai acabar? Não quero você com aquele rapaz! Você não usa mais celular e nem Internet para não poder se comunicar com aquele bandido! Quer que eu não a deixe sair de casa? Quer? – olhava rispidamente para sua filha.

O bilhete foi jogado no chão caindo em um lugar quase inacessível, embaixo do móvel onde estávamos sentados.

Procurei não desviar os olhos de minha comida e nem os ouvidos do que ela dizia, afinal, sou humano e curioso. Notei também o quão rápido elas se afastaram. O meu lado humano também falou mais alto quando deixei cair um talher e ao abaixar-me, estiquei a mão pegando o bilhete. Enfiei-o rapidamente no bolso. – parece que ninguém notou.

Dentro do cinema, e enquanto esperava o filme começar, abri o bilhete novamente. Reli o conteúdo. Ele estava codificado, tratava-se de uma cifra chamada “A cifra do chiqueiro”, onde as letras são substituídas por símbolos.

O primeiro lado do bilhete falava na dor da separação e o quanto ele queria estar ao lado dela. Dizia da impossibilidade dos dois estarem juntos no momento e não vislumbrava essa possibilidade também no futuro. Terminava triste, praticamente dizendo que esse amor era impossível e dando adeus à garota. – esse lado do bilhete ela leu.

Ao ler o outro lado, percebi que o rapaz tomava uma decisão: dizia não ser possível mais se acomodar à situação atual e planejava um encontro para tentarem conversar. Dizia que a amava muito. – este lado ela não leu.

Senti uma dor muito grande pelos dois. É claro que eu não sabia o drama que os envolvia, mas o fato dela não ler sobre o quanto ele a amava e pensar que tudo estava acabado me entristeceu demais. Na tela o casal parecia se entender bem e entrava em alguns apuros algumas vezes, porém o final foi feliz. Não posso fornecer detalhes sobre o filme, pois o conteúdo do outro lado do bilhete não saia da minha cabeça...

O filme terminou e eu pedi licença para continuar na sala para ver o início da próxima sessão. O funcionário permitiu, uma vez que a sala não iria lotar. Esperei um pouco e vi quando alguém se sentou na “terceira cadeira da quarta fila do lado esquerdo da sala”. – conforme pude decifrar.

Levantei-me, caminhei um pouco, e com uma esperança a brilhar em meus olhos entreguei o bilhete ao rapaz dizendo:

- Ela não conseguiu ler este outro lado, sua mãe impediu!

Ele me olhou assustado, agradeceu com a cabeça sem proferir palavra alguma, levantou e correu para a saída.

Fiquei muito feliz por conhecer a “cifra do chiqueiro...